segunda-feira, 11 de junho de 2012

A resposta de garibaldi.

[PLURAL]

FRANÇOIS SILVESTRE
Escritor

Num texto, nesta coluna, há dois ou três Domingos, eu critiquei com veemência a velha e surrada relação do poder público com a seca e suas consequências. “A eterna e monótona novidade”, de que falou Euclides da Cunha. O título da crônica, ou artigo, é “As lições do atropelo”.
O texto teve repercussão na coluna Cena Urbana, de Vicente Serejo. Depois, recebi uma resposta do Ministro Garibaldi Filho. No texto do Ministro, minuciosamente, ele defende as ações do seu Governo. Não apela para o direito legal de publicação dos seus esclarecimentos.
A decisão de tornar públicos alguns pontos da resposta é minha. Em respeito ao princípio do direito de réplica e defesa; pois o meu texto, que reafirmo, foi bastante duro com dezesseis anos de governos, iniciados no Governo Garibaldi. O segundo Governo não respondeu.
Não me filio à corrente do juridiquês fascista que confunde defesa com cumplicidade. Resisti, na minha insignificância, à Ditadura, por paixão à liberdade. Mais do que por adesão ideológica. Os comunistas de hoje são retardatários da História. Continuo açoitando moinhos de vento pelo sonho da igualdade. E a liberdade é a única casa coletiva das ilusões humanas, pensionato da condição de hospedar a dignidade.
Diz Garibaldi: “A respeito do seu artigo, no Novo Jornal, devo informar que o programa nunca teve o propósito de acabar com os perversos e históricos males provocados pela seca, pois nenhuma intervenção humana terá essa capacidade, tendo em vista que noventa e dois por cento do nosso território está inserido no Polígono das Secas”.
O texto faz uma série de avaliações sobre o fenômeno da seca e a impossibilidade de sua resolução total.
E continua: “O objetivo do meu Governo foi criar mecanismos de melhor convivência com a seca através da construção de barragens… e distribuição via adutoras. Estão aí Santa Cruz, Umari e Carnaúbas, que aumentaram em 900 milhões de metros cúbicos nossa capacidade de armazenamento d’água”.
E ainda: “Hoje, François, tenho certeza de que o Programa de Adutoras continua levando água de boa qualidade de onde tem para onde não tem. Mesmo na estiagem, fui informado de que é regular o abastecimento de água na área de abrangência das adutoras”.
O texto do Ministro é bem maior do que publico aqui, mas destaquei o que me pareceu ser a resposta mais direta à minha crítica. O assunto comporta muitas questões.
Ele encerra seu comentário com a disposição expressa de prestar qualquer esclarecimento que eu queira sobre o referido assunto.
Resta-me a satisfação de ver um tema dessa importância ser tratado e discutido com o destaque que merece. Com meus agradecimentos a Serejo e Garibaldi. Té mais.

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