[PLURAL]
FRANÇOIS SILVESTRE
Escritor
Escritor
Num texto, nesta coluna, há dois ou três
Domingos, eu critiquei com veemência a velha e surrada relação do poder
público com a seca e suas consequências. “A eterna e monótona
novidade”, de que falou Euclides da Cunha. O título da crônica, ou
artigo, é “As lições do atropelo”.
O texto teve
repercussão na coluna Cena Urbana, de Vicente Serejo. Depois, recebi
uma resposta do Ministro Garibaldi Filho. No texto do Ministro,
minuciosamente, ele defende as ações do seu Governo. Não apela para o
direito legal de publicação dos seus esclarecimentos.
A decisão de tornar públicos alguns
pontos da resposta é minha. Em respeito ao princípio do direito de
réplica e defesa; pois o meu texto, que reafirmo, foi bastante duro com
dezesseis anos de governos, iniciados no Governo Garibaldi. O segundo
Governo não respondeu.
Não me filio à corrente do juridiquês
fascista que confunde defesa com cumplicidade. Resisti, na minha
insignificância, à Ditadura, por paixão à liberdade. Mais do que por
adesão ideológica. Os comunistas de hoje são retardatários da História.
Continuo açoitando moinhos de vento pelo sonho da igualdade. E a
liberdade é a única casa coletiva das ilusões humanas, pensionato da
condição de hospedar a dignidade.
Diz Garibaldi: “A respeito do seu
artigo, no Novo Jornal, devo informar que o programa nunca teve o
propósito de acabar com os perversos e históricos males provocados pela
seca, pois nenhuma intervenção humana terá essa capacidade, tendo em
vista que noventa e dois por cento do nosso território está inserido no
Polígono das Secas”.
O texto faz uma série de avaliações sobre o fenômeno da seca e a impossibilidade de sua resolução total.
E continua: “O objetivo do meu Governo
foi criar mecanismos de melhor convivência com a seca através da
construção de barragens… e distribuição via adutoras. Estão aí Santa
Cruz, Umari e Carnaúbas, que aumentaram em 900 milhões de metros cúbicos
nossa capacidade de armazenamento d’água”.
E ainda: “Hoje, François, tenho certeza
de que o Programa de Adutoras continua levando água de boa qualidade de
onde tem para onde não tem. Mesmo na estiagem, fui informado de que é
regular o abastecimento de água na área de abrangência das adutoras”.
O texto do Ministro é bem maior do que
publico aqui, mas destaquei o que me pareceu ser a resposta mais direta à
minha crítica. O assunto comporta muitas questões.
Ele encerra seu comentário com a disposição expressa de prestar qualquer esclarecimento que eu queira sobre o referido assunto.
Resta-me a satisfação de ver um tema
dessa importância ser tratado e discutido com o destaque que merece. Com
meus agradecimentos a Serejo e Garibaldi. Té mais.
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